Apresentação do livro

Giulia Pierro

O contágio da saúde
filofidências de uma im-paciente



Eu sou uma pessoa comum,
como você.

Estou livre da doença
porque sofri o tremendo
contágio da saúde.

Hoje não temo indisposição,
microrganismo,
hereditariedade.

A morte?
Dessa não escapo.
Nem você.

Mas não me assusta, pois é
armação do humorista supremo,
para que possamos
trocar de figurino,
abrir novas portas
e pisar em
outros palcos.

Giulia Pierro, 2019


Esculápio, semideus da medicina na mitologia grega e romana, era filho do deus Apolo e tinha duas filhas: Higia e Panaceia. Às duas ele transmitiu sua arte. Higia representa a higiene, a prevenção e a manutenção da boa saúde. Panaceia simboliza a cura dos males, praticada através dos elementos oferecidos pela natureza.

Essas imagens me seduzem há décadas e apontam a saúde como um caminho, um rio para o qual convergem as águas de dois afluentes. A prevenção é fundamental para a manutenção da saúde. E a cura se faz através dos elementos que a natureza oferece.

Este livro começou a ser escrito no século passado e continua sendo atualizado através das informações e maravilhas que a observação e a ciência nos trazem, mas também por experiências que tenho o hábito de fazer desde que me conheço por gente. Existe na natureza uma inesgotável abundância de recursos que se revelam e são descobertos todos os dias. Nós mesmos somos natureza! Por isso cada um de nós pode traçar o caminho que lhe permita construir a própria saúde.

Entendo a saúde como um caminho ao longo da existência, tão nítido como aquele que marca a vida pessoal, que traça a vida profissional, que constrói os hábitos culturais e qualquer outro caminho significativo para nós: um trabalho de realização artística, de caráter social, de conscientização política etc. Nós, humanos, somos capazes de trilhar qualquer caminho para o qual nos sintamos convidados. Por que seríamos incapazes de traçar o caminho da saúde, tendo que nos entregar passivamente ao micróbio, à hereditariedade, ao câncer, ao enfarte, ao médico - em última instância a Deus?...

Demorei uma vida para responder a essas perguntas que me coloquei. Foi um caminho árduo, pois eu fui - como quase todos - vítima dos lugares comuns que nos impingem desde a infância, inibindo o senso crítico e nos tornando dependentes de médico ou de remédios até para um simples resfriado. Foram anos e anos de elucubrações, experiências e práticas que estou sentindo a necessidade de compartilhar. Assim nasceu este livro em prosa-oral, espécie de bate-papo interior aberto ao público.


(Na dúvida sobre a ordem dos capítulos deste livro, volte para o Índice.)

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